quinta-feira, 5 de maio de 2011

Biografia Cecília Meireles


Filha de Carlos Alberto de Carvalho Meireles, funcionário do Banco do
Brasil, e de Matilde Benevides Meireles, professora, Cecília Benevides de Carvalho
Meireles nasceu em 7 de novembro de 1901, no Rio de Janeiro. Não chegou
a conhecer o pai, que morreu três meses antes de ela nascer. Ainda não tinha
três anos completos quando perdeu a mãe. Foi criada pela avó.
Concluiu o curso primário em 1910, ocasião em que recebeu de Olavo
Bilac, inspetor escolar do Rio de Janeiro, medalha de ouro por ter feito todo
o curso com “distinção e louvor”. Durante sua vida inteira falou do orgulho de
ter recebido essa medalha. Terminou o curso normal no Instituto de Educação
do Rio de Janeiro em 1917. Exerceu o magistério nas escolas públicas do então
Distrito Federal. Publicou seu primeiro livro de poesias,
Casou-se com o pintor português Fernando Correia Dias em 1922, com
quem teve três filhas: Maria Elvira, Maria Mathilde e Maria Fernanda (artista
teatral). Em 1935, seu marido suicidou-se; em 1940, ela se casou com o professor
e engenheiro agrônomo Heitor Vinícius da Silveira Grilo.
De 1930 a 1931, escreveu diariamente textos sobre
problemas de educação no
primeira biblioteca infantil do Rio de Janeiro em 1934. Aposentou-
se em 1951 como diretora de escola, porém continuou
a trabalhar no Rádio Ministério da Educação, no Rio de
Janeiro, como produtora e redatora de programas culturais.
Recebeu vários prêmios, entre os quais destacamos:
Prêmio de Tradução/Teatro, da Associação Paulista de
Críticos de Arte, em 1962; Prêmio Jabuti de Tradução
de Obra Literária, pelo livro
Poesia, pelo livro
do Livro.
Traduziu peças teatrais de Federico Garcia Lorca, Rabindranath Tagore,
Rainer Rilke e Virginia Woolf.
 
  Espectro, em 1919.Diário de Notícias. Organizou aPoemas de Israel, em 1963, e Prêmio Jabuti deSolombra, em 1964, ambos concedidos pela Câmara Brasileira
Faleceu no Rio de Janeiro a 9 de novembro de 1964, e teve seu corpo
velado no Ministério da Educação e Cultura.
Postumamente, em 1965, a Academia Brasileira de Letras outorgou-lhe o
Prêmio Machado de Assis pelo conjunto de sua obra.
A grande poetisa recebeu várias homenagens públicas ao longo dos anos:
Biblioteca Infanto-Juvenil Cecília Meireles (Alto da Lapa, SP); Escola Municipal
de Primeiro Grau Cecília Meireles (Cangaíba, SP); Escola Municipal de
Educação Infantil Cecília Meireles (São Mateus, SP); Sala Cecília Meireles, um
grande salão de concertos e conferências (Largo da Lapa, RJ). É nome de rua
no bairro Jardim Japão em São Paulo e em São Domingos de Benfica, nos
arredores de Lisboa; em Ponta Delgada, capital do arquipélago dos Açores, há
uma avenida com o nome da escritora, que era neta de açoreanos. Em 1989,
uma cédula de cem cruzados novos com sua efígie foi lançada pelo Banco
Central do Brasil, no Rio de Janeiro.
O Governo Federal, por decreto, instituiu 2001 como “O Ano da Literatura
Brasileira”, em comemoração ao sesquicentenário de nascimento do escritor
Silvio Romero e ao centenário de nascimento de Cecília Meireles, Murilo
Mendes e José Lins do Rego.
Sua poesia, traduzida para o espanhol, francês, italiano, inglês, alemão,
húngaro, hindu e urdu, e musicada por Alceu Bocchino, Luis Cosme, Letícia
Figueiredo, Ênio Freitas, Camargo Guarnieri, Francisco Mingnone, Lamartine
Babo, Bacharat, Norman Frazer, Ernest Widma e Fagner, foi assim julgada pelo
crítico Paulo Rónai: “Considero o lirismo de Cecília Meireles o mais elevado
da moderna poesia de língua portuguesa. Nenhum outro poeta iguala o seu
desprendimento, a sua fluidez, o seu poder transfigurador, a sua simplicidade
e seu preciosismo, porque Cecília, só ela, se acerca da nossa poesia primitiva
e do nosso lirismo espontâneo... A poesia de Cecília Meireles é uma das mais
puras, belas e válidas manifestações da literatura contemporânea.

Maria Aparecida Baccega
Livre-docente aposentada da USP, professora de pós-graduação da ECA-USP e da ESPM-USP

Pesquisa: Gustavo
Formatação: Fernando

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